1. |
Três tardes de lua
04:58
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instrumental
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2. |
Trégua
02:58
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Trégua
(Chico Saraiva e Luiz Tatit)
Trate bem de quem tratou
De entreter você pra ter
Trégua pra sentir sabor
E aprender com a própria dor
Dor que se reduz a um pequeno mal
E durante a trégua se desfaz
Fica só um sinal
Pense bem em quem pensou
Em você e lhe propôs
Pausa pra se recompor
Do papel de sofredor
Sofredor chorão
Sofre dor em vão
Mas durante a pausa se desfaz
Na maior emoção
Vida
Um calor que dura
Pausa
Alegria pura
Quem diz se saiu bem
Pois lhe deu paz
E lhe fez ver
Muito além da urgência habitual
Muito mais do que o mundo real
Bem depois do juízo final
Numa trégua da vida
Que passa o melhor carnaval
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3. |
Incerteza
04:09
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Incerteza
(Chico Saraiva/ Luiz Tatit)
Esse amor imenso
Que não tem mais fim
Eu não sei quem foi que fez
Crescer tanto assim
É tão impreciso
Não sei distinguir
O que vem só de você
Do que vem de dentro de mim
Se é a incerteza
Que nos faz bem
Ou o mistério
Que também tem
Se é delírio
Não saber quem é quem
Toda vez que canto
Ouço a sua voz
É o que sempre você diz
Cada um por nós
Se nada é só de mim
Se nada é só você
Não há mais que um ser
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4. |
Ensaio
03:18
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ENSAIO
(Chico Saraiva e Manu Lafer)
CRÊ
COM ILUSÃO
SEM CONCLUSÃO
PRA QUE DESTINO, DIZ?
PRA QUE SCRIPT?
NÃO HÁ COSMO NEM GENE
NEM FINAL QUE SE ENTENDE
NO TEATRO SEM PEÇA
SEM CÉU ATRAVANCADO
SEM MAR EMARANHADO
ENSAIA ,CRÊ SEM ASTROS
NAS CENAS DE AMOR
PARA PRENDER NOSSA ATENÇÃO.
CRÊ
COM ILUSÃO
SEM CONCLUSÃO
PRA QUE MEDIRMOS , DIZ?
PRA QUE LIMITE?
NÃO HÁ ,MESMO LATENTE,
UM SINAL DIFERENTE
NO TEATRO SEM PEÇA
SEM FADO ATAREFADO
SEM LADO ESPECULADO
ENSAIA, CRÊ SEM MONSTROS
NAS CENAS DE AMOR
PARA PRENDER NOSSA ATENÇÃO.
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5. |
Baião do Tomás
05:17
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BAIÃO DO TOMÁS
(Chico Saraiva/Luiz Tatit)
Quando o filho do filho do pai
Nasceu tão bem
O avô que era pai do seu pai
Foi ver o neném
Ele viu que seu filho sorria
Isso já lhe agradou
Era o filho que o filho queria
E que agora chegou
Tinha um pouco do pai
E mais um pouco do avô
Quando a mãe desse filho do pai
Teve o neném
A avó que era mãe dessa mãe
Não passou bem
Ela via que a filha sofria
Isso lhe dava dó
Mas o filho da filha trazia
Uma alegria só
Tinha um pouco da mãe
E mais um pouco da avó
Muitos tios e tias
Já davam sinais
Que queriam ser os padrinhos
Só falavam desse sobrinho
Muitos outros filhos
Dos irmãos dos pais
Os maiores e os pequeninos
Não tiravam os olhos do primo
Que dormia em paz
Sonhava com os pais
Avós dos pais
E todos ancestrais
Era tanta gente
Não acabava mais
Uns pediam passinho à frente
Tio do tio também é parente
A cidade toda
Veio ver o Tomás
Que nascera, que maravilha
O menino, filho da filha
Que dormia em paz
Sonhava que juntou
Os tios os pais
Com todos os demais
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6. |
Os olhos da manhã
03:53
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Os olhos da manhã (Chico Saraiva e Clóvis Beznos)
Não há nem pode haver
Um tempo de voltar
Um porto onde chegar
Um sopro que se expira
Um corpo que transpira
Como um vendaval
Um barco ganha o mar
Eterno a naufragar
No caos do teu olhar
Não pode retornar
Nem pode se deter
Nas coisas que eu também não sei
E como te dizer
Que me perdi
Que o tempo sufocou
O coração?
O dia que nasceu
Das cinzas da manhã
De um tempo em que não há
Nem teu olhar
A solidão
E como te contar
As mãos plenas de adeus
E os olhos da manhã
A marejar
Uma canção?
E como me dizer
Que te perdi?
Que a noite consumiu
Minha canção
Meu verso que se foi
Morar na solidão
E os olhos da manhã
A marejar
A dor do nosso adeus
E os olhos da manhã
A marejar
E os olhos da manhã
A marejar
A dor do nosso adeus
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7. |
Lagarteando
03:22
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8. |
As horas
04:42
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AS HORAS
Chico Saraiva/Clóvis Beznos
As horas já não são
A canção
Da despedida em mim,
Bate a pensar
Meu coração,
Mas sem razão,
O coração
Se entrega à toa,
Sem hesitar
Seu canto entoa,
Solta-se ao ar
Pensa que voa,
Mas sem saber
Como voar.
O tempo da paixão,
Foi em vão,
Já não existe em mim,
Diz a razão,
A emoção
Como um balão,
Foge-me às mãos,
Ai quem me dera
Pudesse eu
Segui-la e leve
Como a paixão
Inda que breve
Depois morrer
Do próprio amor.
Tange a canção
A solidão,
Meu desalento,
É o que restou,
Canção que o vento
Trouxe a destempo
A emoção
Que guardo dentro de mim,
Pudesse eu
Acalentá-la enfim,
Tudo que sei
E o que não soube dizer,
Nessa canção
As horas mortas
De tanta espera.
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9. |
Aonde você for
05:55
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Aonde Você For
(Chico Saraiva/Fausto Nilo)
Você não vai sem mim
Ela disse-me assim
Vendo a chuva cantar
Na sexta-feira mais feliz
Deixei meu rio chorar
Rolando as pedras do chão
Além do mar do perdão
Você nasceu pra mim
Tempestades virão
Coisas do coração, eu sei
A felicidade vai sem nós, assim eu sei
Passa como a chuva vai passar
Mais desta vez
Aonde você for meu samba vai
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10. |
Samba pr'Alê batucar
03:55
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11. |
Canto pra aurora
03:55
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Canto pra aurora
(Chico Saraiva/Juçara Marçal)
No céu, a brilhar
Estrelas de sal
Em minh'alma anoiteceu
Quem dera fazer
O dia maior
Prender um raio de sol
Um fio de luz
Pra eu rendilhar
Tecer flor de lágrima
Da minha saudade
Eu faço um jardim
Florido de alvorecer
Oh, noite
Vai embora
E leva meu pranto
Eu canto pra aurora
Depressa raiar
Sol, vem clarear
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12. |
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ANTES DE VOCÊ ME APARECER
( Chico Saraiva/Celso Viáfora )
Antes de você me aparecer
eu pressentia
haver mais dia atrás do dia
que nem um mundo atrás do espelho
coelhos de cartola cheia de coelhos
e um sol vermelho sobre o véu da neblina
noutra retina
onde fixei você
Antes de você me aparecer
eu pressentia
haver matéria em movimento
no que era ausência de poesia
uma canção pré-existente à melodia
Como que via numa fenda do tempo
o encantamento
ao encontrar você
Nada, nunca, nem sabia ver no olhar que transcendeu
Antes, nunca, nada tão descomunal
nem Parintins, nem carnaval
Nunca, nada, nem sabia, ao certo, o que me aconteceu
ia levitando em nuvem de spray
sem nem saber porque voei
Hoje que você me apareceu
eu sei
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13. |
Lua dos mares
05:41
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Lua dos mares
Chico Saraiva /Luís Felipe Gama
Como chegasse a ver o mar
Como encontrasse o mar
Tinha nos olhos mil fantasmas com que iria navegar
Mais de mil piratas com que amasse devagar
Um milhão de vezes
Noite e dia
Como fosse o final
Afinal
Seria, enfim lua dos mares mesmo assim
Teria tido tudo quanto é bom
Teria ido embora antes para o céu
Levando o oceano com as mãos
Como soubesse a dor do mar
Como se ouvisse o mar
Vinha um silêncio dos seus olhos
Que nem lá no mar não há
Quando te encantava de tristeza o coração
Quando era de lua que calasse até o modo das mãos
Suas mãos
Com que trouxera amor dos mares para cá
Com que guardava dor nas tuas mãos
Guardava mesmo os mesmos gestos nessas mãos
Com que te luaria a solidão
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14. |
Conceição
02:46
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