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Tejo​-​Tietê

by Chico Saraiva e Susana Travassos

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1.
Sei de um rio (Pedro Homem de Mello e Alain Oulman) Sei de um rio, sei de um rio em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas são as luzes da cidade Sei de um rio, sei de um rio onde a própria mentira tem o sabor da verdade sei de um rio… Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio que nasceu na minha sede, mas o sonho continua e a minha boca até quando ao separar-se da tua vai repetindo e lembrando sei de um rio... sei de um rio, até quando
2.
Melodia sentimental (Heitor Villa Lobos/Dora Vasconcelos) Acorda, vem ver a lua que dorme na noite escura que surge tão bela e branca derramando doçura clara chama silente ardendo meu sonhar As asas da noite que surgem e correm no espaço profundo oh, doce amada, desperta vem dar teu calor ao luar Quisera saber-te minha na hora serena e calma a sombra confia ao vento o limite da espera quando dentro da noite reclama o teu amor Acorda, vem olhar a lua que brilha na noite escura querida, és linda e meiga sentir meu amor e sonhar
3.
Menino do mar (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva) Menino do mar dos olhos sem fim ribeiro a passar por dentro de mim Quem não conhece a maresia não entende a alma que molha os pés na beira d'água enquanto espera o tempo é de manhã é de Iansã é um sinal um temporal no ventre de uma deusa-mãe pagã   Quem não procura a poesia não encontra a noite o sol vai se esconder na água enquanto houver poemas é Iemanjá que vem de lá é de ninguém e é também do triste som da voz do sabiá   O azul nem sempre é mar e nem o mar é sempre azul ninguém conhece o seu lugar ninguém sabe a canção do mar quem não subiu o morro até o céu não sabe nem da arte de viver e nem da arte de morrer só Menino do mar dos olhos sem fim ribeiro a passar por dentro de mim
4.
Tejo-Tietê 04:23
Tejo-Tietê (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva) É pouco ou quase nada o que me faz partir olhar pra uma estrada e ter vontade de ir Não sei porquê tudo é lindo visto daqui o que se vê e o mais que eu não vi Silêncio feito de água saudade feita rio restos de madrugada num pôr do sol tardio o não carrega o sim o Tejo, o Tietê o princípio, o fim por causa de você
5.
O Tamanho da Tristeza (Chico Saraiva/ Luiz Tatit) A tristeza é cumprida  se desdobra em muitas léguas  desde o ponto de partida  até o fim que nunca vem  A tristeza é cumprida  vai do campo até a cidade  dá uma volta na pracinha  pega a estrada e vai além  sofrimento por alguém  é curtinho todos têm  é o contrário da tristeza  que é viagem sem ninguém  Um desgosto aqui e ali  dura pouco , acaba bem  diferente da tristeza  que por tempo se mantém  O tamanho da tristeza  não há gênio que calcule  não há norma que regule  Por que cresce , cresce mais  quando se olha pra trás
6.
Cavaleiro de São Joaquim (Elomar) Caminhando eu vou nesta estrada sem fim levando meu mocó de saudade e esperanças que a vida ajuntou pra mim e no peito uma dor sem fim Lembro de uma canção que ela cantava pra mim um trem numa estação que partiu levando o bem derradeiro e só deixou outro bem e uma grande dor Sonho que na derradeira curva do caminho existe um lugar sem dor sem pedra sem espinhos mas se de repente lá chegando não encontrar seguirei em frente caminhando a procurar Caminhante e tão só vejo a terra ruim o sol tudo queimou a lagoa virou pó e os rebanhos estão caindo vêm mugindo atrás de mim Cavandante eu sou por este reino sem fim meu cavalo voou procurando um lugar que minha avó contava pra mim eu menino do São Joaquim cavaleiro do São Joaquim
7.
O Tejo 02:42
O Tejo (José Peixoto e Pedro Ayres Magalhães) Madrugada descobre-me o rio que atravesso tanto para nada E este encanto prende por um fio é a testemunha do que eu sei dizer E a cidade chamam-lhe Lisboa mas é só o rio que é verdade Só o rio é a casa de água casa da cidade em que vim nascer Tejo, meu doce Tejo, corres assim corres há milénios sem te arrepender és a casa da água onde há poucos anos eu escolhi nascer
8.
Lua do Avesso (Chico Saraiva/ Susana Travassos) Olho-te mais uma tarde deixo que o sol te trespasse que a lua ganhe seu espaço enquanto eu me  embaraço   Ai, se eu fosse um barco e se esse sol quebrado em horizonte findo me chamasse   E o sonho me escorresse em ondas branqueadas e o sol se esmorecesse em lágrimas douradas   Partiria... mergulharia... inundaria o sonho do teu sonho nesse teu olhar fecundo de mar e céu   Olho-te mais uma noite a lua do avesso do outro lado lembro, quem me trouxe, fui correndo alinhavando inteiro o coração
9.
Das manhãs 03:39
Das Manhãs (Chico Saraiva/Brisa Marques) No temporal atormento lento torpor sombra cravada no peito credo de dor   Caíste sem perceber que a vida é real cortaste do caule a flor tiraste todo o mar do sal   Pra emergir do vazio numa canção água de redemoinho nasce do chão   Envolve teu talismã nos braços do mar encontre a promessa vã o lume pra te acalentar   A rua vai saber quando te vir passar vai zelar por teus passos de lã   Teus sonhos percorrer teu som encorajar Vai pra onde segue o dia corre atrás da melodia vai se entrega à ventania vai beijar a brisa das manhãs...
10.
Pa bo txorá 04:29
Pa Bo Txorá (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva) Tudu ten si ténpu tudu tá kába tudu puezia é pa bo txóra m'krê cantá nha téra, nha dor Minina bonitu águ dess kanson korason nunpriti alma di vulkon sima un sereia k'un arma na mon má ku dosura di mudjer Nha korason ta kóre na fundu'l mar  nha korason ta sunha ku bo ta txiga nha korason ta longi di bo na palmu mon du bentu Timanhan minina séu stá sinzentádu tudu morna é tristi si tá bem cantadu sikadjar ess morna é irman di fado má ku brabura di tambor
11.
As horas 05:01
As Horas (Chico Saraiva/Clóvis Beznos) As horas já não são  a canção  da despedida em mim bate a pensar  meu coração mas sem razão  o coração  se entrega à toa  sem hesitar  seu canto entoa  solta-se ao ar  pensa que voa,  mas sem saber  como voar O tempo da paixão  foi em vão já não existe em mim diz a razão  a emoção  como um balão  foge-me às mãos  ai quem me dera  pudesse eu  segui-la e leve  como a paixão  inda que breve  depois morrer  do próprio amor  Tange a canção  a solidão  meu desalento  é o que restou  canção que o vento  trouxe a destempo  a emoção  que guardo dentro de mim  pudesse eu  acalentá-la enfim  tudo que sei  e o que não soube dizer  nessa canção  as horas mortas de tanta espera
12.
Verdes anos 05:24
Verdes Anos (Carlos Paredes e Pedro Tamen) Era o amor que chegava e partia estarmos os dois era um calor, que arrefecia sem antes nem depois Era um segredo sem ninguém para ouvir eram enganos e era um medo morte a rir dos nossos verdes anos Foi o tempo que secou a flor que ainda não era como o outono chegou no lugar da primavera No nosso sangue corria um vento de sermos sós  nascia a noite e era dia e o dia acabava em nós

about

CD Tejo-Tietê _ LANÇADO PELO PROAC - Programa de Ação Cultural EM 2013

O álbum Tejo-Tietê é um encontro poético e musical entre Portugal e Brasil. Um encontro entre o compositor e violonista brasileiro Chico Saraiva e a cantora portuguesa Susana Travassos. Desse encontro resultou Tejo-Tietê, um ábum de voz e violão produzido com a sensibilidade e mestria do renomado violonista brasileiro Paulo Bellinati.

“É a voz activa de compositores e poetas, de hoje e de há pouco, de Portugal e do Brasil, que se ouve em “Tejo-Tietê” pela voz de Susana Travassos, uma voz de ancestrais sortilégios lunares, e através do violão de Chico Saraiva, onde se confundem com extremo cuidado Villa Lobos, João Gilberto e o Fado.

E não é preciso mais do que voz e violão para transportar, em suaves tessituras, toda a complexa trama de dois mundos de cantar distinto, unidos mais na atracção pela diferença do que na semelhança de personalidades. A tristeza, esse tão temível e adorado lugar da falta e do anseio, dá a tónica ao trabalho e guia a confluência desse dois rio tão distantes: e é exactamente a distância aquilo que nos une, porque aquilo que somos é também distância. “Tejo-Tietê” compreende isto: e compreender isto é compreender o mar.”

JP Simões – cantor e compositor português

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released January 1, 2013

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