1. |
Sei de um rio
01:51
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Sei de um rio (Pedro Homem de Mello e Alain Oulman)
Sei de um rio, sei de um rio
em que as únicas estrelas nele sempre debruçadas
são as luzes da cidade
Sei de um rio, sei de um rio
onde a própria mentira tem o sabor da verdade
sei de um rio…
Meu amor dá-me os teus lábios, dá-me os lábios desse rio
que nasceu na minha sede, mas o sonho continua
e a minha boca até quando ao separar-se da tua
vai repetindo e lembrando
sei de um rio...
sei de um rio, até quando
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2. |
Melodia Sentimental
04:05
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Melodia sentimental (Heitor Villa Lobos/Dora Vasconcelos)
Acorda, vem ver a lua
que dorme na noite escura
que surge tão bela e branca
derramando doçura
clara chama silente
ardendo meu sonhar
As asas da noite que surgem
e correm no espaço profundo
oh, doce amada, desperta
vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
na hora serena e calma
a sombra confia ao vento
o limite da espera
quando dentro da noite
reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
que brilha na noite escura
querida, és linda e meiga
sentir meu amor e sonhar
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3. |
Menino do mar
04:17
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Menino do mar (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva)
Menino do mar
dos olhos sem fim
ribeiro a passar
por dentro de mim
Quem não conhece a maresia não entende a alma
que molha os pés na beira d'água enquanto espera o tempo
é de manhã
é de Iansã
é um sinal
um temporal
no ventre de uma deusa-mãe pagã
Quem não procura a poesia não encontra a noite
o sol vai se esconder na água enquanto houver poemas
é Iemanjá
que vem de lá
é de ninguém
e é também
do triste som da voz do sabiá
O azul nem sempre é mar
e nem o mar é sempre azul
ninguém conhece o seu lugar
ninguém sabe a canção do mar
quem não subiu o morro até o céu
não sabe nem da arte de viver
e nem da arte de morrer só
Menino do mar
dos olhos sem fim
ribeiro a passar
por dentro de mim
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4. |
Tejo-Tietê
04:23
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Tejo-Tietê (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva)
É pouco ou quase nada
o que me faz partir
olhar pra uma estrada
e ter vontade de ir
Não sei porquê
tudo é lindo visto daqui
o que se vê
e o mais que eu não vi
Silêncio feito de água
saudade feita rio
restos de madrugada
num pôr do sol tardio
o não carrega o sim
o Tejo, o Tietê
o princípio, o fim
por causa de você
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5. |
O tamanho da tristeza
04:34
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O Tamanho da Tristeza (Chico Saraiva/ Luiz Tatit)
A tristeza é cumprida
se desdobra em muitas léguas
desde o ponto de partida
até o fim que nunca vem
A tristeza é cumprida
vai do campo até a cidade
dá uma volta na pracinha
pega a estrada e vai além
sofrimento por alguém
é curtinho todos têm
é o contrário da tristeza
que é viagem sem ninguém
Um desgosto aqui e ali
dura pouco , acaba bem
diferente da tristeza
que por tempo se mantém
O tamanho da tristeza
não há gênio que calcule
não há norma que regule
Por que cresce , cresce mais
quando se olha pra trás
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6. |
Cavaleiro do São Joaquim
04:11
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Cavaleiro de São Joaquim (Elomar)
Caminhando eu vou
nesta estrada sem fim
levando meu mocó de saudade e esperanças
que a vida ajuntou pra mim
e no peito uma dor sem fim
Lembro de uma canção
que ela cantava pra mim
um trem numa estação
que partiu levando o bem
derradeiro e só deixou
outro bem e uma grande dor
Sonho que na derradeira curva do caminho
existe um lugar sem dor sem pedra sem espinhos
mas se de repente lá chegando não encontrar
seguirei em frente caminhando a procurar
Caminhante e tão só
vejo a terra ruim
o sol tudo queimou
a lagoa virou pó
e os rebanhos estão caindo
vêm mugindo atrás de mim
Cavandante eu sou
por este reino sem fim
meu cavalo voou
procurando um lugar que minha avó contava pra mim
eu menino do São Joaquim
cavaleiro do São Joaquim
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7. |
O Tejo
02:42
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O Tejo (José Peixoto e Pedro Ayres Magalhães)
Madrugada
descobre-me o rio
que atravesso tanto
para nada
E este encanto
prende por um fio
é a testemunha do que eu sei dizer
E a cidade
chamam-lhe Lisboa
mas é só o rio
que é verdade
Só o rio
é a casa de água
casa da cidade em que vim nascer
Tejo, meu doce Tejo, corres assim
corres há milénios sem te arrepender
és a casa da água onde há poucos anos eu escolhi nascer
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8. |
Lua do avesso
03:38
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Lua do Avesso (Chico Saraiva/ Susana Travassos)
Olho-te mais uma tarde
deixo que o sol te trespasse
que a lua ganhe seu espaço
enquanto eu me embaraço
Ai, se eu fosse um barco
e se esse sol quebrado
em horizonte findo
me chamasse
E o sonho me escorresse
em ondas branqueadas
e o sol se esmorecesse
em lágrimas douradas
Partiria...
mergulharia...
inundaria o sonho do teu sonho
nesse teu olhar fecundo
de mar e céu
Olho-te mais uma noite
a lua do avesso
do outro lado lembro,
quem me trouxe,
fui correndo
alinhavando inteiro
o coração
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9. |
Das manhãs
03:39
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Das Manhãs (Chico Saraiva/Brisa Marques)
No temporal atormento
lento torpor
sombra cravada no peito
credo de dor
Caíste sem perceber
que a vida é real
cortaste do caule a flor
tiraste todo o mar do sal
Pra emergir do vazio
numa canção
água de redemoinho
nasce do chão
Envolve teu talismã
nos braços do mar
encontre a promessa vã
o lume pra te acalentar
A rua vai saber
quando te vir passar
vai zelar por teus passos de lã
Teus sonhos percorrer
teu som encorajar
Vai pra onde segue o dia
corre atrás da melodia
vai se entrega à ventania
vai beijar a brisa das manhãs...
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10. |
Pa bo txorá
04:29
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Pa Bo Txorá (Chico Saraiva/ Tiago Torres da Silva)
Tudu ten si ténpu
tudu tá kába
tudu puezia
é pa bo txóra
m'krê cantá nha téra, nha dor
Minina bonitu
águ dess kanson
korason nunpriti
alma di vulkon
sima un sereia
k'un arma na mon
má
ku dosura di mudjer
Nha korason ta kóre na fundu'l mar
nha korason ta sunha ku bo ta txiga
nha korason ta longi di bo
na palmu mon du bentu
Timanhan minina
séu stá sinzentádu
tudu morna é tristi
si tá bem cantadu
sikadjar ess morna
é irman di fado
má
ku brabura di tambor
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11. |
As horas
05:01
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As Horas (Chico Saraiva/Clóvis Beznos)
As horas já não são
a canção
da despedida em mim
bate a pensar
meu coração
mas sem razão
o coração
se entrega à toa
sem hesitar
seu canto entoa
solta-se ao ar
pensa que voa,
mas sem saber
como voar
O tempo da paixão
foi em vão
já não existe em mim
diz a razão
a emoção
como um balão
foge-me às mãos
ai quem me dera
pudesse eu
segui-la e leve
como a paixão
inda que breve
depois morrer
do próprio amor
Tange a canção
a solidão
meu desalento
é o que restou
canção que o vento
trouxe a destempo
a emoção
que guardo dentro de mim
pudesse eu
acalentá-la enfim
tudo que sei
e o que não soube dizer
nessa canção
as horas mortas de tanta espera
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12. |
Verdes anos
05:24
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Verdes Anos (Carlos Paredes e Pedro Tamen)
Era o amor
que chegava e partia
estarmos os dois
era um calor, que arrefecia
sem antes nem depois
Era um segredo
sem ninguém para ouvir
eram enganos e era um medo
morte a rir
dos nossos verdes anos
Foi o tempo que secou
a flor que ainda não era
como o outono chegou
no lugar da primavera
No nosso sangue corria
um vento de sermos sós
nascia a noite e era dia
e o dia acabava em nós
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