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Saraivada

by chico saraiva

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Coco 04:30
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Na virada da costeira (Chico Saraiva e Paulo César Pinheiro) Mãe, ninguém sabe mais do mar que eu Mas tive pai pra me ensinar Só que pensei depois que pai morreu Que eu quero ir além do mar Mãe, sua bênção que eu vou embarcar Vou-me embora no primeiro cargueiro Vou ser marinheiro Rodar mundo inteiro Eu vou viajar Mãe, traz o lenço que eu já vou zarpar Vem fazer meu bota-fora Oh, mãe, não demora Que já ta na hora Se cuide, a senhora Não chora, não chora Que já vou-me embora Mas eu vou voltar Tenho o dom de marinheiro Quem me fez dessa maneira Foi o tombo do saveiro Na virada da costeira E o balé da capoeira Como todo marinheiro Vou levar comigo agora Um pedaço desse cheiro Desse mar que a gente mora Pelo mundo, mundo afora Capitão de mar-e-guerra Foi que mandou me chamar Vou andar por outra terra Deixando a maré me levar Eu já vi meu mar no fundo Meu mundo foi só pescar Quero agora ver o mundo Que nem vi o fundo do mar
3.
Moçambique 06:36
Moçambique (Chico Saraiva e Makely Ka) a imagem no mar miragem dos homens que vieram socorrer pra se salvar a viagem se dá na margem sem nome os que ousaram se perder pra se encontrar chegaram sem saber se vão voltar vieram se benzer em seu altar vê, as mãos criam calos e os olhos se levantam, se arregalam e hoje o sino é só badalo ouvimos entre sons que se intercalam senhora dos tambores de inhame crianças e velhos que velam e veneram seus mistérios nas águas do mar o céu vermelho espelho do martírio dos impérios nas horas dos clamores em memane vão soar algaravias algo que ouvia é o que me alivia
4.
O Tamanho da Tristeza (Chico Saraiva e Luiz Tatit) A tristeza é cumprida Se desdobra em muitas léguas Desde o ponto de partida Até o fim que nunca vem A tristeza é cumprida Vai do campo até a cidade Dá uma volta na pracinha Pega a estrada e vai além Sofrimento por alguém É curtinho todos têm É o contrário da tristeza Que é viagem sem ninguém Um desgosto aqui e ali Dura pouco , acaba bem Diferente da tristeza Que por tempo se mantém O tamanho da tristeza Não há gênio que calcule Não há norma que regule Por que cresce , cresce mais Quando se olha pra trás.
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Ponto 05:53
6.
Pássaro-flor (Chico Saraiva / Chico César) vida, ai quem me dera ter asas e voar tiê, anum ou bem-te-vi quiçá sabiá vida, quem me dera uma aurora que eu nascesse flor lírio, dália, trevo ou rosa desabotoar passarinho ou flor no campo só pra ver meu bem passar e admirar assim tão perto quem me ver sem notar e aí, vida, te peço que eu mereça só um olhar pr'essa flor que ofereço sem preço ou escute o meu cantar passarinho que floresce carece tempo bom, calor e ar vida minha, se atendesse essa prece felicidade há eu, flor, desejar beijar a flor e passarinhar
7.
De Butuca na Cozinha (Chico Saraiva e Mauro Aguiar) Ó! Parece até que ela prepara o pirão Com muita farinha pouca Tempera tudo com um batuque do cão Dá maremoto na boca Parece até que ela é que esquenta o fogão Mal mete a mão na cumbuca E se a mulata tá catando o feijão Tem nego só de butuca. Tem quem se apaixona pelo cheiro Tem quem quer tratá-la à pão-de-ló Um que vem tão só por causa do mocotó Um pra ver debaixo do angu Vem perequeté querendo o seu caruru É, mas vira escravo de jó Eu que como quieto quero crer no melhor... Periga ela esquecer o filé Na frigideira E vir para o meu batucajé De prato e faca Aí garanto eu pago o couvert Da quituteira E assim que der a colher de chá Já é! Vou ter que encarar O samba no pé Do tempero dessa cozinheira. Mas todo sonho desfeito é pó Quer tirar leite de pedra E quando o líquido azeda Logo um mané te cutuca e tu fica um jiló Acorda com a boca seca Numa ressaca de uca... Aí tu cai na moringa Quando a pimenta te pega Por culpa daquela nega lá Aí tu chora pitanga Enquanto a nega te nega Refoga teu coração sem dó.
8.
Subentendido 03:05
Subentendido (Chico Saraiva/ Mauro Aguiar) Se eu disse coisa com coisa Fica aqui subentendido que eu não soube dizer. Pois o que me deixa prosa É essa coisa fabulosa de se desentender. Ao dizer coisa com coisa A gente cava a cova rasa do mistério de ser. Onde a coerência pousa Nada brota em volta ou nasce um pé de “como-porque?”. Acreditei nessa conversa mole Que era preciso tudo explicitar. E quase o sonho todo me escapole E o algo a mais que impele à frente se desfez no ar. Hoje é que entendo que o rascunho escolhe E no desvão do redemunho o sonho surge gole a gole E nessa hora santa enganadora Quanto mais eu me emaranho, mais olho de fora. Não quero cuspir no prato Mas do tal fato, do concreto, Do correto Eu corro até desmaiar!
9.
Startrek de Tacape (Chico Saraiva/Mauro Aguiar) Baita epidemia! Quanta dinamite no paiol. Haja terapia! Nas vias de fato Pujilato À luz do sol. Que temperatura! Tem siricotico no metrô Haja acupuntura! Válvula de escape É piripaque E muita tarja preta, Ou faixa preta em tae-ken-dô. Esse startrek de tacape não capta muito amor. Se acaso o trânsito estanca O austrolopiteco salta da caixa preta. Resta jogar na retranca Enquanto o sacripanta tem ataque de pelanca. E não guardar rancor; Basta encarar o brucutu com humor. Cabô, cabô, cabô, cabô Não vou jogar na cara esse vírus de gladiador. Que sufocante atmosfera! Que periclitante megaton! Quanta besta-fera! Animal high-tec Acha até que isso é bom. Que taquicardia Baita urucubaca que pegô Haja academia! Na pulsão de Marte Nego parte pro combate e fica. E a coisa fica na pior. Esse startrek de tacape só capta quiprocó. É tanto siri na lata Que muito arranca-toco tira o próprio da reta. Festa de psicopata, Se a gente engata a ré o tiro sai pela culatra. Então faça um favor, Preste atenção no que quero propor: Amor, Amor, Amor, Amor. Não vou manter na pauta esse papo de exterminador. Eu vou mandar na lata e quem pegar pegou. Quem quer eletrochoque se atraque com o computador Quem quer fazer catarse: amor, amor, amor. Quem é assim mais punk que jogue no ventilador. Mas não me vá cair do andor....
10.
Saraivada 03:42
11.
Canto de rei 04:46
Canto de rei (Chico Saraiva e Paulo César Pinheiro) O meu samba é meu pregão de amor Não tem credo ou distinção de cor O meu samba é pra você cantar Eu não quero ver ninguém chorar O meu samba é profissão de fé Não nasceu pra ser um som qualquer O meu samba é meu brasão de paz Ma s não trai sua raiz jamais O meu samba é canto de rei O meu verso é tabua de lei No terreiro de guerra ele é combatente È a voz dessa terra cruzando o mar E vai defendendo a bandeira com unha e dente Vai na linha de frente Com a bandeira no ar Meu samba vai pro fio da navalha Sem ter medo nenhum de se cortar Eu sou o seu cavalo de batalha Por isso é que quando meu samba me chamar vou lá. Meu samba nunca foi fogo de palha Meu samba sempre foi minha muralha Meu samba é meu troféu, minha medalha Meu samba ninguém nele põe cangalha Meu samba bota fogo na fornalha
12.
Estrela do Oriente (Chico Saraiva /Paulo César Pinheiro) A Estela do oriente Caiu no meu olhar Me fez clarividente Me trouxe o dom de lá E agora eu vejo o som E agora eu vejo cor do ar A estrela do oriente Chegou a me cegar Porém daqui pra frente É quem vai me guiar No chão da luz do céu Na luz do chão no céu do mar Não sei se dá pra crer Não sei se dá pra imaginar O mundo que se vê Não sei se dá. A flor de cristal de prata Da voz do sabiá Do sabiá da mata O grão Grão de pó de ouro Poeira de luar Das asas do besouro Cai o véu da mente Nada é singular Tudo é diferente Nesse novo olhar E foi a estrela azul do oriente Que fez a corrente quebrar E eu enxergar A mão de água da sereia Da seria do mar Quando ela se penteia O pé doido pé de vento Que vem redemoinhar No meu pensamento A cruz Solta nos espaços A cruz do sul que já Que já Pregou meus braços O sol Fogo de magia Que vive a me soprar A brasa da poesia
13.
Sombra 04:15
Sombra (Chico Saraiva/ Luiz Tatit) Sim, perdi o senso E vi assombração Vi apenas sombra Sem ninguém Sombra Num silêncio absoluto Sobra de algum vulto Do além Sim sobrou a sombra Em plena solidão Pálida lembrança De alguém Claro que o mistério Em si não dá pra ver Claro que o mistério É só pra crer Claro que o etéreo Tende a desfazer Onde está você? Sim, foi quando muito Uma consolação Ver somente a sombra Sem você Tudo parecia inseguro Não via futuro nem prazer Sombra não se alumbra com o dia Vive na penumbra, vive só Sombra não se lembra quando escureceu Sombra é sempre noite sol a sol Sombra que deslumbra a sua dona Rouba a sua luz e deixa um breu Nesse traço negro não tem mais você Que que aconteceu?

about

CD SARAIVADA _ LANÇADO PELA BISCOITO FINO EM 2007

"Vencedor do Premio Visa - Edição Compositores de 2003, o carioca criado deixa o escudo de (ótimo) violonista, influenciado pelas obras de Villa Lobos e Guinga e solta a voz no CD Saraivada (Biscoito Fino). Como intérprete(e tambem autor) mostra afinidades com Edu Lobo (Estrela do Oriente) e João Bosco.
O solista instrumental ainda pontifica em Coco e na faixa-título Saraivada, que permite uma visão mais nítida deste autor polifônico."
Tárik de Souza - Jornal do Brasil (26/10/2007)

"Chico Saraiva busca a essência musical -
O disco foi gravado em 2008 em tempo recorde: somente três dias de estúdio. Neste caso, a pressa torna-se sinônimo de intensidade, já que a rapidez da execução esconde a maturidade de um trabalho pensado, articulado e, sobretudo, coeso.
Não é um CD de grandes arroubos, daqueles em que logo são identificáveis faixas construídas especialmente ao êxito, aquela praga que já foi batizada mercadologicamente de «música de trabalho». Pelo contrário, o que está em jogo no processo de concepção de «Saraivada» é a zen-delicadeza, frutos especialmente gestados para serem consumidos de maneira gradual, sem a obrigatoriedade da rapidez. Está distante anos-luz da ditadura do instantâneo e do efêmero.
Integrante do grupo paulistano «A Barca», que centraliza, em seu trabalho coletivo, a pesquisa em torno da música de raiz no Brasil, Saraiva constrói um disco cujo equilíbrio é resultado direto da porção estética representada pela arte do violão no contexto global da obra. Desta maneira, o violão de Saraiva dialoga, em beleza e essência, com o contrabaixo de Ricardo Zohyio, a bateria de Cléber Almeida e a percussão de Ary Colares.
O próprio Chico Saraiva o define muito bem como um «disco cru, com a banda tocando ao mesmo tempo». É também um trabalho nu em que esta sincronicidade cai muito bem, demonstrando ora equilíbrio ora suavidade."
Alécio Cunha - Hoje em Dia, Belo Horizonte-MG (5/5/2008)

"É um trabalho para se apreciar com atenção e dedicação. A riqueza de ritmos brasileiros encontra uma peneira talentosa. Chico Saraiva faz esse apanhado na hora de compor sua música, que sai como uma globalização interna. Mostrando o som do Brasil aos brasileiros." Beto Feitosa (site Ziriguidum)

"Nas instrumentais ou nas com letra, ele confirma seu domínio de vários ramos da música brasileira, como o samba e o coco.É um passo a mais na carreira de Saraiva, compositor em permanente evolução."
Luis Fernando Viana - Folha de S.Paulo (16/11/2007)


www.chicosaraiva.com.br/imprensa/saraivada
www.biscoitofino.com.br/bf/cat_produto_cada.php?id=325

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released January 1, 2007

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